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Beatificação do vicentino Ján Havlík 06 de Setembro de 2024 Informativo Santo Papa reconhece martírio do eslovaco, morto em 1965
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O seminarista Ján Havlík, falecido por sequelas em decorrência de torturas sofridas na Tchecoslováquia, em 1965, foi beatificado em cerimônia celebrada no sábado, 31 de agosto de 2024, pelo prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé, cardeal Marcello Semeraro.

Após o Ângelus do dia 1º de setembro, no Vaticano, o Papa Francisco proferiu as seguintes palavras: “esse jovem foi morto em 1965, durante a perseguição do regime à Igreja na então Tchecoslováquia. Que a sua perseverança em testemunhar a fé em Cristo seja um encorajamento para aqueles que ainda hoje sofrem tais provações.”

O cardeal Semerario disse, em sua homilia, que "o amor de Cristo é a força que nos faz superar a fraqueza, a energia que nos faz vencer o medo, a luz que nos faz derrotar as trevas”. “Foi a virtude da esperança que o fez crescer e sustentou a sua vocação”, disse Semeraro. “Um sinal de esperança, de fato, já havia sido a escolha de ser discípulo de São Vicente de Paulo”.

O cardeal disse ainda que o novo beato foi vítima de um regime que queria destruir o fenômeno religioso e em particular a Igreja Católica e os seus ministros, e que na prisão Ján copiava à noite, escrevendo a lápis e também fazendo cópias para outros, da obra Humanismo integral, de Jacques Maritain, de cerca de 350 páginas.

Uma breve biografia do beato vicentino

O beato Ján Havlík nasceu em 12 de fevereiro de 1928 em Dubovce, no oeste da Eslováquia. Por volta dos 13 anos começou o processo de discernimento para ingressar na Congregação da Missão, de são Vicente de Paulo, diz a agência Fides, da Santa Sé. Em 1943 iniciou os estudos no Seminário Menor, na Escola Apostólica Vicentina, em Banská Bystrica.

Em 1948, o regime socialista tomou o poder na Tchecoslováquia. Em agosto de 1949, Havlik iniciou o noviciado. Em abril de 1950, a ŠtB, polícia política eslovaca, implementou a “Akce K”, operação para eliminar todas as ordens religiosas masculinas.

Havlik e os outros noviços foram presos, submetidos a um programa de “reeducação” durante duas semanas, e depois obrigados a fazer trabalhos forçados. Ján foi libertado três meses depois e continuou a sua formação teológica clandestinamente, enquanto trabalhava como operário em Nitra.

Em 29 de outubro de 1951 foi preso com os demais seminaristas vicentinos. Ele ficou preso por 15 meses, durante os quais foi submetido a interrogatórios e tortura. Em fevereiro de 1953, o beato foi condenado a 14 anos de trabalhos forçados por alta traição, pena posteriormente reduzida para dez anos.

Sobre seu trabalho na prisão, ele escreveu: “Sinto que estou em uma missão, nenhum missionário poderia desejar um lugar melhor e mais desafiador para trabalhar. Se ao menos houvesse mais tempo. Se ao menos o trabalho não nos pesasse tanto”.

Havlik trabalhou em vários campos de concentração e extraiu urânio nas minas de Jáchymov até o outono de 1958, quando foi acusado de pertencer a uma associação clandestina de prisioneiros. Foi internado em um hospital psiquiátrico e depois transferido para vários presídios até 29 de outubro de 1962, quando foi libertado. Escreveu dois cadernos espirituais em seus últimos anos de sua vida: “A Via Sacra das Pequenas Almas” e o “Diário”.

 

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